A UNEB está construindo a Rede LGBTQIAPN+ da universidade, que vai conectar diversos coletivos e ações na instituição voltados para essa comunidade.
A iniciativa está sendo coordenada por um grupo de trabalho (GT) constituído pela Reitoria, a partir de proposta surgida durante a campanha institucional do Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, ocorrida em junho passado.
Para levar a proposta a toda a comunidade acadêmica, o GT realizou na noite de ontem (21) a 1ª Reunião Ampliada para Construção da Rede LGBTQIAPN+ da UNEB.
O encontro, amplamente divulgado em listas de e-mails e redes sociais, aconteceu remotamente, via aplicativo de internet, para possibilitar a participação de membros de todos os campi e unidades da universidade.
Com a presença de cerca de 90 pessoas, entre professores, técnicos administrativos, discentes e gestores da UNEB, a reunião contou com a participação da reitora Adriana Marmori.
“Parabenizo a todas, todos e todes que idealizaram e estão à frente dessa proposta tão importante para nossa universidade. Penso que essa rede deve ter um desenho colaborativo, de interação com outras redes que a UNEB vem estabelecendo há muito tempo, com coletivos e grupos de pesquisa. Também pode ter articulação, por exemplo, com o Grupo Gay da Bahia (GGB), com a Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia (para a qual a universidade leva um trio), com as ações focadas na campanha “16 Dias de Ativismo na UNEB pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, em todos os campi, com reflexões e discussões, entre outras”, destacou Adriana Marmori.
A reitora colocou o apoio institucional da gestão universitária à iniciativa da rede: “Infelizmente, ainda temos muito preconceito institucional e precisamos ficar vigilantes e avançar na inclusão. Esta UNEB que defendemos há 41 anos como pública, gratuita e inclusiva deve primar pelo princípio da inclusão de todas as formas – e uma delas é a construção dessa Rede LGBTQIAPN+ institucional”, reiterou Adriana Marmori.
Também prestigiou a reunião a vice-reitora Dayse Lago: “Eu fico muito feliz em ver essa rede institucionalmente se formar. Temos muitos membros da comunidade atuando e militando nessa área, mas práticas inclusivas são da responsabilidade de todas e todos nós. E temos observado que muitas vezes os nossos colegas – sejam técnicos, sejam professores, sejam estudantes – não sabem como lidar com certas situações relacionadas à comunidade LGBTQIAPN+. Então, vemos relatos marcados de muita dor. Essa rede pode contribuir muito para enfrentar essas questões. Contem comigo”, disse a vice-reitora.
“Teia de Nós“
A reunião foi conduzida pela assessora de Comunicação (Ascom) da UNEB, Wânia Dias, que relatou breve histórico, contexto e objetivos da proposta de criação da Rede LGBTQIAPN+ da universidade.
“Não queremos aqui inventar a roda. Sabemos e valorizamos a longa história de lutas e conquistas de tantas pessoas desta universidade nessa questão. A UNEB é uma universidade comprometida com a diversidade e a inclusão –
inclusive em seus documentos institucionais. Essa rede vem para agregar, somar esforços, contribuir para um ambiente acadêmico mais seguro e inclusivo em todos os campi”, esclareceu Wânia Dias.
No início do encontro, a assessora apresentou o vídeo “Teia de Nós“, de autoria de Rozin Daltro, que trabalha no Núcleo de Relações Públicas da Ascom. “Não somos apenas conexões, somos abrigo e escudo, onde a presença do outro nos reafirma em um mundo que frequentemente nos desumaniza. Nossa rede é a força que nos torna visíveis e livres (…) Na trama do coletivo não estamos sós”, diz Rozin Daltro em sua performance no vídeo-poema.
Assista ao vídeo “Teia de Nós”
Visando conhecer melhor e oportunizar a participação de quem deseje colaborar na construção da rede institucional, foi disponibilizado no encontro um formulário online, acessível a qualquer membro da comunidade universitária.
Diversos coletivos e membros da comunidade LGBTQIAPN+ da universidade participaram da reunião, relatando as atividades desenvolvidas, dificuldades enfrentadas e avanços alcançados.
Entre as participações, destacou-se a do Centro de Estudos em Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade (Cegres/Diadorim), criado em 2003 na universidade. Uma das ações pioneiras do Cegres/Diadorim é a oferta do curso de pós-graduação lato sensu (especialização) em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade na Formação de Educadoras/es.
Também participaram do encontro o Coletivo de Estudantes Cotistas da UNEB (Cecun), Entre Elas – Educação e Culturas, Unetrans+, Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade (Mped), entre outros.
A parte final do encontro foi destinada aos próximos encaminhamentos para consolidação da Rede LGBTQIAPN+ da UNEB. Entre as sugestões, estão a elaboração da cartilha UNEB Diversa, para distribuição em toda a universidade.
Compõem o GT constituído pela Reitoria para construção da Rede LGBTQIAPN+ da UNEB a assessora Wânia Dias (Ascom), o funcionário da Ascom, Rozin Daltro, o chefe de Gabinete da Reitoria (ChefGab), Pedro Daniel, os pró-reitores de Extensão (Proex), Rosane Vieira, de Ações Afirmativas (Proaf), Dina Rosário, e de Assistência Estudantil (Praes), Jean Santos, o secretário especial de Relações Internacionais (Serint), Elizeu Clementino, e a assessora especial de Cultura e Artes (Ascult), Nelma Aronia, e a coordenadora da Agência UNEB de Inovação (AUI), Suely Messeder.
Texto: Toni Vasconcelos/Ascom. Imagens (prints): Danilo Oliveira/Ascom.